CSS anunciou detalhes de sua primeira turnê no Reino Unido em 11 anos, como parte do 20º aniversário da turnê europeia ‘It’s Been A Number Of Years Tour’ neste verão. Confira as datas abaixo, junto com nossa entrevista com a vocalista Lovefoxxx.

Os novos ícones da rave brasileira não fazem turnê completa desde o álbum ‘Planta’, de 2013. Agora, as estrelas de ‘Vamos fazer amor e ouvir a morte lá de cima’ – formadas por Lovefoxxx, Ana Rezende, Carolina Parra e Luiza Sá – voltam para reformar o CSS (Cansei de Ser Sexy) para marcar duas décadas desde que se formaram.

“É uma surpresa ter tantos anos para comemorar”, disse Lovefoxxx NME no início desta semana, falando de seu estúdio de arte em São Paulo, onde agora trabalha como artista. “Muita gente ainda quer nos ver e pensa que fomos especiais para eles em algum momento de suas vidas. Foi especial para nós, com certeza.”

Confira todos os detalhes abaixo, assim como Lovefoxxx nos contando sobre os altos e baixos de seu pico dos anos 2000, liderando a vulgaridade indie, o que esperar dos shows, as chances de novo material e se há esperança de que eles apareçam em Glastonbury…

NME: Olá, Lovefoxxx. Qual você acha que é o segredo do legado e influência duradouros do CSS?

Lovefoxxx: “É porque sempre fomos espontâneos. A espontaneidade é intemporal e é por isso que envelhecemos bem.”

Qual foi a sensação de ver o recente fenômeno indie desprezível celebrando a estética que você ajudou a criar?

“Eu amo os ciclos de 20 anos. Quando eu tinha 19 anos, eu adorava os anos 80 e parecia que foi há muito tempo, porque nasci no momento em que isso acontecia. É engraçado quando você vê o ciclo acontecendo depois que você cresce – ele passa mais rápido. Não parece que foi há 20 anos.”

Você acha que o CSS só poderia ter nascido há 20 anos?

“Não estávamos tão conscientes de todas as emergências climáticas, por isso foi um último apelo para nos divertirmos assim sem saber que o mundo estava a derreter. Não havia tanta internet, então foi uma última chamada para o mundo analógico também. As pessoas ainda tiravam fotos com câmeras 35mm e câmeras digitais. A primeira vez que alguém me pediu para tirar uma selfie foi no Chile, em 2010; Lembro-me muito bem disso!

Você acha que as pessoas sentem falta desse senso físico de cultura do momento?

“Acho que as pessoas que viveram isso sentem falta. Não posso dizer pelas pessoas da Geração Z que apenas conhecem esta realidade, mas posso dizer pelo meu enteado de 14 anos – que ouve CDs e não está constantemente no TikTok – que há esperança!”

Você vê muitos artistas modernos hoje com o mesmo espírito, energia e ethos?

“Muitas bandas femininas são influenciadas por nós, e são uma geração que é mais legal do que nós porque vêm e nos dizem que nós as influenciamos. Posso ouvir nossa energia em suas músicas. Assim como o Chai do Japão, eles são uma dessas bandas. La Roux também, de antigamente. Há muitos.”

Como você descreveria seu relacionamento com os fãs de CSS?

“Quando começamos, queríamos apenas sair do trabalho na hora certa e tomar alguns pré-drinques. Por ser tão autêntico nessa ideia simples de diversão, você acaba representando tantas pessoas. As pessoas só querem estar com os amigos e fazer algo criativo fora da rotina das 9h às 17h. Só por atender a essa necessidade básica acabamos representando tantas pessoas. Isso me surpreende. Vejo artistas agora defendendo temas online, e há muitas conversas sobre saúde mental (o que é muito positivo), mas antigamente éramos tipo ‘WAAAH!’ Foi isso. Isso mudaria sua vida.

“Sempre fui DJ aqui e ali e sempre acabo tendo conversas muito profundas. Eu sei que os fãs de CSS são pessoas delicadas: meio tímidos e criativos. Estou muito orgulhoso disso. Eu nunca conheci um [former Brazilian president Jai] Eleitor do Bolsonaro que é fã de CSS! Ele não gosta de mulheres e nós não gostamos dele – então foda-se!

Quais foram alguns dos seus verdadeiros destaques dos dias tranquilos dos anos 2000?

“Brincando com Gossip no Roadhouse em Manchester [in 2007] – meu rim ainda está doendo daquele show! Conhecendo nossos ídolos; como Peaches em Berlim, conhecendo Gossip, tocando com o New Young Pony Club na NME Indie Rave Tour de 2007 [also featuring Klaxons, and The Sunshine Underground]. Vejo fotos da época e quem ia a esses shows era um bebê! Éramos bebês! Éramos tão fofos.

“Ir para o Iceland Airwaves, tocar em Istambul e sair com Peter Bjorn e John no catering; foram simplesmente os melhores momentos de todos. Adorei conhecer o mundo inteiro – tocamos na Rússia, tocamos em Casablanca. Tocamos no Marrocos e havia uma menininha de burca na primeira fila. Tive intoxicação alimentar e diarreia o tempo todo, mas disse a mim mesmo: ‘Vou guardar isso para aquela garota!’

Vocês ainda estão em contato?

“O Instagram torna as coisas mais fáceis. Falei com Tahita [Bulmber, singer] do New Young Pony Club recentemente, e também vi Sarah [Jones, drummer] que agora toca com Harry Styles quando ele estava em turnê pelo Brasil. Sempre fui mais próximo das garotas do que dos garotos, então mantenho contato com alguns deles.”

O que podemos esperar da próxima turnê?

“Este é um reencontro, não um retorno. Tudo isto começou porque um promotor do Reino Unido nos escreveu há um ano e lembrou-nos que o nosso 20º aniversário estava próximo. ‘Você não quer fazer uma turnê comemorativa?’ Sim, nós fazemos! Então vamos tocar os sucessos. Não acho que vamos fazer novos álbuns, então esta é uma chance de sermos nostálgicos. Será muito nostálgico para nós também, porque me lembro de ter feito esses shows há 15 ou 20 anos, mas será bom estar de volta. Faço 40 anos neste domingo, então será bom fazer isso de novo com a presença de um adulto.

“Fizemos um show em dezembro no Primavera São Paulo e percebi que estava com muita energia. Tive mais fôlego, e acho que deve ser porque estou mais saudável agora e não bebo tanto. Será divertido ver como a energia se traduz. Além disso, as pessoas no Reino Unido são malucas! Nunca vi um mosh pit assim. As pessoas dizem que as pessoas no Brasil e no México são selvagens, mas o Reino Unido sempre vai além. Estou animado para ver isso de novo.”

Não há planos para novo material então? Você lançou o quarto álbum ‘Planta’ em 2013 antes de desaparecer e então lançou algumas músicas novas em 2021. Você vai lançá-las ou é apenas uma festa?

“É só uma festa. Estávamos voltando em 2019 e fazendo demos, mas aí veio a pandemia. Temos tanta coisa acontecendo em nossas vidas agora – além da banda – com trabalho e carreira. As meninas moram em Los Angeles e eu sou a única morando em São Paulo, o que dificulta. Nós realmente não temos tempo agora para voltar e fazer um álbum, mas temos demos.”

“Eu não quero provocar nem nada. Mas a última vez que tocamos no Reino Unido foi em 2013, então não acho que as pessoas vão querer nos ver 11 anos depois com material novo, certo? Eles querem o que sabem e é isso que vamos fazer. Estamos aqui para comemorar nossos 20 anos como amigos e como banda. Estamos fazendo isso mais uma vez. É um reencontro, não um retorno.”

As datas da turnê também são na época de Glastonbury 2024. Será que veremos você aparecer lá em algum momento?

“Eu gostaria, mas acho que não. Acho que aquele barco navegou. Isso seria maravilhoso, mas no momento não acreditamos que jogaremos em Glastonbury. Eu só espero que as pessoas compareçam a esses shows. Eu me pergunto que tipo de público teremos. Serão os millennials que compareceram aos nossos shows quando éramos todos bebês, ou a geração Z? Quando tocamos em São Paulo havia muitos esquisitos da Geração Z, o que sempre adoro ver.”

Confira abaixo as datas completas da turnê do CSS no Reino Unido e na Europa. Os ingressos estarão à venda às 10h da segunda-feira, 26 de fevereiro e estarão disponíveis aqui.

JUNHO
Sábado, 22 – Glasgow, Reino Unido: Drygate
Domingo, 23 – Manchester, Reino Unido: New Century Hall
Segunda-feira, 24 – Leeds, Reino Unido: Brudenell Social Club
Terça-feira, 25 – Birmingham, Reino Unido: XOYO
Quinta-feira, 27 – Londres, Reino Unido: O2 Kentish Town Forum
Sexta-feira, 28 – Brighton, Reino Unido: GIZ
Sábado, 29 – Oxford, Reino Unido: O2 Academy Oxford
Domingo, 30 – Bristol, Reino Unido: Bristol Sounds
JULHO
Terça-feira, 2 – Paris, FR: Trabendo
Quinta-feira, 4 – Barcelona, ​​​​ES: Razzmattaz 2
Sexta-feira, 5 – Madrid, ES: Sala Copernico
Saturday 6 – Lisbon, ES: Lisboa ao Vivo
Domingo 7 – Porto, PT: Hard Club



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