WASHINGTON/DAVOS, Suíça, 17 Jan (Reuters) – Os Estados Unidos colocaram novamente os rebeldes houthis do Iêmen em uma lista de grupos terroristas nesta quarta-feira, enquanto executivos alertaram que os problemas de transporte marítimo no Mar Vermelho causados pelos ataques podem afetar cadeias de abastecimento por meses.

Ataques do grupo Houthi, aliado ao Irã, na região desde novembro afetaram o comércio entre Ásia e Europa e alarmaram grandes potências — uma repercussão da guerra de mais de três meses de Israel contra os militantes palestinos do Hamas em Gaza.

Os houthis afirmam que estão agindo em solidariedade aos palestinos e ameaçaram expandir os ataques a navios dos EUA, em resposta a uma ofensiva norte-americana e britânica contra bases no Iêmen

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Autoridades dos EUA disseram que a listagem como “Terroristas Globais Especialmente Designados” (SDGT, na sigla em inglês) tem o objetivo de cortar financiamento e armas que os houthis têm usado para atacar ou sequestrar navios.

Um porta-voz houthi disse à Reuters que os ataques aos navios com destino a Israel continuariam e que a designação não afetaria a posição do grupo.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian, cujo país apoia o Hamas em sua guerra contra Israel, disse que o fim da guerra em Gaza era necessário para acabar com a ameaça à navegação.

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“A segurança do Mar Vermelho está relacionada aos acontecimentos em Gaza e todo mundo sofrerá se os crimes de Israel em Gaza não pararem… Todas as frentes (de resistência) precisam permanecer ativas”, disse Amirabdollahian no Fórum Econômico Mundial de Davos.

CADEIAS DE ABASTECIMENTO TRAVADAS

A Maersk e outras grandes empresas de transporte marítimo instruíram centenas de navios comerciais a evitar o Mar Vermelho, enviando-os por uma rota mais longa em torno da África ou deixando-os parados até que a segurança dos navios seja assegurada.

“É uma das artérias mais importantes do comércio global e das cadeias de abastecimento globais e neste momento ela está obstruída”, disse o CEO da Maersk, Vincent Clerc, ao fórum de Mercados Globais da Reuters em Davos, acrescentando que os problemas provavelmente duraria pelo menos mais alguns meses.

Executivos de bancos estão preocupados que as crises podem criar pressões inflacionárias que, em última análise, possam atrasar ou reverter cortes nas taxas de juros.

Os ataques visam uma rota que representa cerca de 15% do tráfego marítimo mundial e serve como um canal vital entre Europa e Ásia. A empresa japonesa Sumitomo Corp foi a mais recente apanhada na situação, dizendo que algumas de suas cargas no Mar Vermelho foram afetadas.

A rota alternativa em torno do Canal da Boa Esperança na África pode acrescentar de 10 a 14 dias à jornada, em comparação com a passagem pelo Mar Vermelho e o Canal de Suez.

Fonte: InfoMoney

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