O Ibovespa foi fortemente afetado pela cautela mundial nesta terça-feira (16) e caiu 1,69%, aos 129.294 mil pontos.

O dia foi de queda de olho nos eventos de Davos, onde ocorre o Fórum Econômico Mundial, com divergências sobre quando os bancos centrais começarão a cortar juros. Para o FMI, ainda é muito cedo. Ex-economista-chefe da instituição, Kenneth Rogoff disse que “pouso suave” dificulta ainda mais recuo das taxas. Enquanto isso, Christopher Waller, diretor do Fed cuja fala era bastante esperada ao longo do dia, apontou que o o progresso atual da economia é compatível com a visão do Fed de três cortes até o fim do ano. Porém, o momento e intensidade dos cortes vão depender dos dados futuros.

Ainda em Davos, China disse que PIB cresceu em torno de 5,2% em 2023, acima da meta de 5%.

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Houve ainda um avanço importante dos treasuries, que puxou os DIs brasileiros para cima e fez Wall Street fechar no vermelho.

Especialistas apontaram também o fator Donald Trump. O ex-presidente garantiu uma vitória esmagadora na primeira disputa presidencial republicana de 2024, em Iowa, na segunda-feira, afirmando seu comando sobre o partido, apesar de enfrentar uma série de acusações criminais, enquanto busca uma revanche eleitoral com o presidente norte-americano, Joe Biden.

“Desde cedo China e México apanharam. Mercados emergentes, no geral, performaram muito mal. O dólar também subiu”, fala Luiz Eduardo Portella, sócio da Novus Capital. “O mercado está com cara de que já tem algo de Trump no trading do dia. Se pegarmos o último mandato, ele foi anti China e México”.

O dólar subiu 1,22%, a R$ 4,924 na compra e a R$ 4,925 na venda. O movimento acompanhou o exterior, sendo que o DXY, índice que mede a força do dólar frente a outros pares de países desenvolvidos, subiu 0,93%, aos 103,36 pontos

No Brasil, o volume de serviços voltou a crescer em novembro, após três meses de queda. Mas pouco adiantou. Esta terça foi para esquecer.

Esta terça-feira pode ser considerado um dia para ser esquecido. Ou, para parecer mais otimista, foi um dia em que os investidores adotaram a “cautela” como palavra de ordem. Motivos não faltam, com a falta de catalisadores para os ativos de risco.

Um desses motivos tem localização precisa no mapa: o Mar Vermelho. Com as tensões subindo cada vez mais, a importante rota marítima vem sendo evitada, o que leva à elevação do custo do transporte. E impacta o petróleo. Hoje, os preços da commodity ficaram mistos nas duas principais referências, mas Petrobras (PETR3;PETR4) recuou 1,10% e 1,24% – e a diferença segue estreita.

Vale (VALE3) também perdeu com sua commodity de referência: o minério de ferro teve nova queda em Dalian após BC da China manter taxa de juros. As ações caíram 1,30%.

O varejo também cedeu. Destaque para Magazine Luiza (MGLU3), com queda de 4,39% e uma das mais negociadas do dia. Os DIs avançaram amplamente por toda a curva, seguindo o movimento visto nos Treasuries nos EUA – o que acabou sendo uma dos motivos da cautela que tomou conta do sentimento mundial.

Nem mesmo CVC (CVCB3), que tem recomendação de compra por um grande banco, escapou da baixa: 1,79%. GPA (PCAR3) até começou bem, mas depois seguiu o setor e ficou com menos 4,80%.

Bancos também recuam; Itaú Unibanco (ITUB4) volta a cair

Após três sessões no positivo, tanto Itaú Unibanco (ITUB4) quanto Banco do Brasil (BBAS3) perderam 1,41% e 0,57%, respectivamente. Na reta final do pregão, ITUB4 acelerou e passou a renovar mínimas.

Todos o setor se desvalorizou. Bradesco (BBDC4) caiu 0,88% e Santander (SANB11) recuou 1,75%. B3 (B3SA3) cedeu 1,06%.

Fonte: InfoMoney

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