As ações das varejistas são destaques entre as altas do Ibovespa nesta sexta-feira (12), na esteira de algumas notícias positivas para o setor. Queda dos juros futuros, tributação de compras cross-border abaixo de US$ 50 e alguns dados macroeconômicos foram  os motivos apontados por analistas para as altas.

Por volta das 12h, os papéis do GPA (PCAR3), do Magazine Luiza (MGLU3) e do Carrefour (CRFB3) subiram, respectivamente, 11,17%, cotados a R$ 4,08; 3,67%, a R$ 2,26; e 4,97%. a R$ 12,25.

No primeiro ponto, em relação aos juros, o mercado brasileiro segue os Estados Unidos, onde os rendimentos pagos pelos títulos do tesouro caem após a publicação da inflação ao produtor de dezembro, que trouxe queda de 0,1%, abaixo da alta de 0,1% esperada e sinalizando uma deflação.

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“Veio melhor do que o esperado, o que é um indicativo positivo. O mercado segue majoritariamente acreditando que o Federal Reserve começará a cortar juros em março. Isso é bom para ativos de risco como um todo. A gente está vendo uma descompressão”, fala Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research.

Essa baixa traz também uma folga para a curva brasileira. Se o Federal Reserve iniciar seu ciclo de corte, isso tira pressão do Banco Central brasileiro, como, por exemplo, por conta do câmbio – que sofre influência direta do diferencial de juros entre os dois países.

Victor Bueno, sócio e analista de Ações da Nord Research, destaca também a publicação do Stone Varejo. O índice da adquirente para o setor sinalizou ontem que houve uma alta de 1,8% das vendas em dezembro.

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“Esse índice já tinha apresentado um aumento no mês de novembro, então é uma continuidade, um movimento de recuperação. Isso é muito positivo. Mesmo que no ano tenha fechado, no acumulado, com uma queda de 1,3%, esses últimos dados, principalmente em dezembro, mostram uma recuperação”, contextualiza.

Por fim, há também a especulação de que o governo estuda a taxação de compras internacionais abaixo de US$ 50. De acordo com o jornal Estado de São Paulo, autoridades do executivo e do congresso estudam uma nova mudança das regras para compensar a permanência da desoneração da folha de pagamento.

“Essa possível medida favorece principalmente as varejistas de moda e alguns marketplaces brasileiros, que estão sofrendo um pouco da concorrência dos marketplaces asiáticos”, fala Alberto Serrentino, consultor de varejo e fundador da Varese Retail. “Mas, fora isso, há uma perspectiva geral de que o cenário para o varejo está mais positivo e vemos uma recuperação das empresas, que sofreram bastante no ano passado”.

Cabe destacar ainda que, no caso do Carrefour, as ações tiveram a recomendação elevada para equivalente à compra pelo Itaú BBA.

“Nossa postura otimista em relação à empresa é respaldada pela nossa crença de que o momento operacional se beneficiará de uma reversão da tendência deflacionária nos alimentos observada em 2023, além do ponto positivo de que a empresa não tem sido afetada pelo debate sobre o ICMS, o que poderia resultar em pressão tributária sobre a maioria dos varejistas. Acrescentamos ainda a adoção de uma estratégia mais racional de alocação de capital, focada na conversão de mais hipermercados em formatos mais bem-sucedidos e a significativa depreciação atual de seu lucro líquido, que poderia ser impulsionado por notícias operacionais positivas”, avalia o banco.

O GPA publicou edital de segunda convocação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que deve ser realizada em 22 de fevereiro, às 11 horas, a fim de deliberar sobre aumento do limite de capital autorizado da companhia.

A AGE tratará ainda de potencial alteração do número de co-vice-presidentes e da competência para indicação do presidente e do vice-presidente do Conselho de Administração.

(com informações do Estadão Conteúdo)

Fonte: InfoMoney

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