Títulos de renda fixa globais foram destaque no último ano e ainda serão em 2024, mas por outros motivos: se em 2023 os ganhos vieram dos altos rendimentos, dessa vez o investidor terá retorno no preço dos papéis, sejam títulos privados ou do Tesouro dos Estados Unidos.

“Nos próximos meses os rendimentos dos títulos podem seguir caminhos diferentes, mas, em última análise, esperamos que uma combinação de rendimento e juros decrescentes conduza a retornos atrativos em 2024”, diz relatório assinado por Jenna Barnard e John Pattullo, co-heads de títulos globais, antecipado ao InfoMoney.  

A análise traça dois possíveis cenários e, em ambos, os bonds saem ganhando. No primeiro, repique da inflação ou atividade econômica forte adiariam a redução de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). No segundo, a inflação cairia em direção à meta, e bancos centrais iniciariam cortes.

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Nos dois casos, os rendimentos dos títulos teriam queda considerável, mas que viria acompanhada de aumento no preço dos papéis. Isso porque novos títulos com taxas prefixadas passam a ser emitidos com taxas cada vez menores, elevando a busca no mercado secundário por papéis emitidos com retornos mais atrativos – quem chega antes e prevê o movimento, pode vender o título com lucro.

“Isto é interessante porque cria retornos potencialmente fortes para os títulos ao longo dos próximos 12 a 18 meses, independentemente do caminho seguido”, afirma a gestora.

Movimento global  

A casa aposta que o início dos cortes está próximo e deverá será sincronizado entre as economias desenvolvidas. Mas não é só isso: os analistas afirmam que, quando começar, o processo de redução dos juros deverá ser veloz.

Isso porque mesmo que os bancos centrais iniciem o processo de redução das taxas em pouco tempo, a maioria das empresas ou famílias endividadas ainda estariam refinanciando dívidas com juros mais elevados do que acontecia há alguns anos. 

“A política continuará a ser restritiva e se a inflação for mais baixa, significa que as taxas reais (diferença entre juros e inflação) serão mais punitivas. É por isso que quando o Fed começar a cortar, tende a fazê-lo rapidamente”, dizem os analistas. 

A casa acompanha boa parte do mercado com expectativa de início dos cortes em março, o que fecharia o ciclo atual de aperto em oito meses, em linha com a média global.

Veja o histórico de ciclos de alta e corte de juros nos EUA:

Fonte: Janus Henderson/ dezembro de 1954 a 31 de dezembro de 2023.

Fonte: InfoMoney

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